sexta-feira, 5 de novembro de 2010
1500 DESCOBRIMENTO DO BRASIL. CABRAL TOMA POSSE EM NOME DE PORTUGAL
1500: O DESCOBRIMENTO DO BRASIL. CABRAL TOMA POSSE DO BRASIL EM NOME DE PORTUGAL
A História do Brasil, escrita a partir da ótica do colonizador luso, reconhece como data oficial do descobrimento do país o dia 22 de abril de 1500, quando o nave-gador portugues Pedro Alvares Cabral, no comando da frota com destino à India, che-gou ao litoral sul da Bahia, na região onde hoje se situa a cidade de Porto Seguro, no atual distrito de Coroa Vermelha, defronte do monte que foi chamado de Pascoal (era dia da Páscoa) e onde o capelão frei Henrique de Coimbra celebrou a primeira missa (campal) no Brasil.
O termo ‘descoberta do Brasil’ se refere à chegada, em 22 de abril de 1500, da frota comandada por Pedro Alvares Cabral ao território onde hoje se encontra o Brasil. A palavra descoberta é usada numa perspectiva eurocêntrica, referindo-se à chegada de europeus às terras do atual Brasil, as quais, na época, já eram habitadas por povos nativos (indígenas).
O sucesso da viagem de Vasco da Gama em encontrar um novo caminho para as Índias, de vez que o mar Mediterrâneo se estava controlado pelos mouros, o Rei Dom Manuel I, armou uma nova frota, maior que a primeira, aparelhada para seguir para as Índias, composta por treze embarcações e mais de mil homens. Era a primeira liderada por um nobre, Pedro Alvares Cabral, filho de Fernão Cabral, Alcaide-mor de Belmonte.
A partida da frota foi cercada de festas. Antes da partida, o Rei mandou rezar uma missa, no Mosteiro de Belém, edificado após a viagem de Vasco da Gama às Ìndias, mais tarde denominado de Mosteiro dos Jeronimos, por haver essa ordem recebido a incumbencia de cuidar dele. O bispo de Ceuta (Marrocos), Dom Diogo Ortiz, presidiu a celebração e benzeu uma bandeira com as armas do Reino e a entregou nas mãos a Cabral, despedindo-se o rei do fidalgo e dos restantes capitães.
A armada de Cabral levava provisões para dezoito meses e seguiu recomendações de Vasco da Gama, entre as quais, para a longa viagem era importante a coordenação entre os navios, para evitar se desgarrem uns dos outros. Uma das orientações ao Capitão-mor era disparar os canhões duas vezes e esperar a resposta dos outros navios antes de mudar o curso ou velocidade (método ainda em uso atualmente em campo de batalha terrestre), dentre outros códigos de comunicação semelhantes.
Os cronistas da época narram que a grande frota de treze navios zarpou do Res-telo, na foz do Rio Tejo, a 9 de Março de 1500, com o objetivo formal de reatar rela ções comerciais com os portos de Calicute, de Cananor e de Sofala, na Índia, de vez que a anterior tentativa, de Vasco da Gama, não havia sido proveitosa, com este ridi cularizado pelos governantes locais pelas condições em que se apresentaram os portu-gueses no desembarque, depois de uma viagem tempestuosa . Neste mesmo aspecto diplo-mático, a viagem de Cabral não se mostrou grande sucesso e Portugal demorou alguns anos até conseguir uma boa relação comercial com esses portos.
A frota de Cabral passou por Cabo Verde a 14 de março e pelas Canárias a 22 de março. No dia seguinte a nave de Vasco Ataide se desgarrou da frota. Trinta dias depois, a 22 de abril a frota de Cabral avistou-se “terra chã, com grandes arvoredos: ao monte”. Cabral batizou o monte de Monte Pascoal porque, no calendário liturgico, era época da páscoa. Cabral e deu à terra deu o nome de Ilha de Vera Cruz, pensando a extensa terra uma grande Ilha, descobrindo-se depois ser um conti-nente, mudaram o nome para Terra de Santa Cruz (hoje Porto Seguro), no Estado da Bahia. A frota de Cabral, aproveitando os ventos alísios, navegou ao longo da costa em direção ao norte, à procura de um local para aportar, encontrando antes do pôr-do-sol de dia 24 de abril, o local que veio a ser denominado Baia Cabralia, onde per-maneceram por oito dias até que, em 2 de maio, rumaram para as Índias, para cumprir a missão formal de viagem, deixando na terra dois degredados (condenados à pena de degredo) e e dois grumetes que desertaram.
As pesquisas da História moderna demonstra que os navegadores portugueses deti-nham informação da existencia de terras alem do Oceano Atlantico e desviaram propo-sitalmente a frota para ‘descobrir’ essa terra e dela tomar posse em nome do Rei de Portugal, a quem cabia a soberania, em face do Tratado de Tordesilhas.
A chegada a Vera Cruz No dia 24 de abril de 1500, Cabral recebeu os nativos no seu navio. Então, acompanhado de Sancho de Tovar, Simão de Miranda, Nicolau Coelho, Aires Correia e Pero Vaz de Caminha, recebeu o grupo de índios que reconheceram de imediato o ouro e a prata que se fazia surgir no navio — nomea-damente um fio de ouro de D. Pedro e um castiçal de prata — o que fez com que os portugueses inicialmente acreditassem que havia muito ouro naquela terra. Caminha confessa, em sua carta que não sabia dizer se os índios diziam que ali havia ouro ou se o desejo dos navegantes pelo metal era tão grande que não conseguiram entender de modo diferente. Posteriormente se provou que a segunda alternativa era a verdadeira.
O encontro entre portugueses e índios também está documentado na carta escrita por Caminha. O choque cultural foi evidente. Os indígenas não reconheceram os ani mais que traziam os navegadores, à exceção de um papagaio que o capitão trazia consigo; ofereceram-lhes comida e vinho, os quais os índios rejeitaram. A curiosi dade tocou-lhes pelos objectos não reconhecidos - como umas contas de rosário, e a surpresa dos portugueses pelos objetos reconhecidos - os metais preciosos. Fez-se curioso e absurdo aos portugueses o fato de Cabral ter vestido-se com todas as vestimentas e adornos os quais tinha direito um capitão-mor frente aos índios e estes, por sua vez, terem passado por sua frente sem diferenciá-lo dos demais tripulantes.
Os indígenas começaram a tomar conhecimento da fé dos portugueses ao assistirem a Primeira Missa, rezada por Frei Henrique de Coimbra, em um domingo, 26 de abril de 1500. Logo depois de realizada a missa, a frota de Cabral rumou para as Índias, seu objetivo final, mas enviou um dos navios de volta a Portugal com a carta de Caminha. No entanto, posteriormente, com a chegada de frotas lusitanas com o objetivo de permanecer no Brasil - e a tentativa de evangelizar os índios de fato -, os portu-gueses perceberam que a suposta facilidade na cristianização dos indígenas na ver-dade traduziu-se apenas pela curiosidade destes com os gestos e falas ritualísticos dos europeus, não havendo um real interesse na fé católica, o que forçou os missio-nários a repensarem seus métodos de conquista espiritual
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